O par da unidade

A unidade seria a perfeição. Quantas vezes a encontrámos já?

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Chega a ser triste, não sei o que dizer de mim senão isto: para mim sou uma coisa, para cada pessoa com quem falo sou outra diferente. Mas, não é que gosto disto?!

Tuesday, April 28, 2009

Estereótipo

Quem é que me mandou andar sempre a falar mal do estereótipo da mulher indefesa e que precisa de alguém para a proteger?
Quem mandou? Quem?
O que eu gostava de saber...

Friday, April 17, 2009

Da história

Chama-se Laura. Creio. Ou Luísa. Ou Helena. Não me lembro. A importância do nome nada diz da importância da pessoa.

Se não fosse o ar. Seria uma outra qualquer. Das que passam sem darmos conta. Das que falam sem ouvirmos. Arranjava-se com algum cuidado. Reparava-se depois. De ultrapassado o impacto do ar. Depois. De se ouvirem as palavras.

Laura / Luísa / Helena achava que era feliz. A certa altura. Entre os dias que passavam. Iguais entre si. Que não eram sábados. Descobriu. Apercebeu-se. Refectiu. Que era possível que assim não fosse. Querer sempre mais não era ela. Ela sabia o que queria. Isso bastava. Queria o que tinha. Passou a querer o que não tinha. Se o havia de ter? Ela não sabia. Mas queria-o.

Fez-se notada. Não gritou "Estou aqui." Agiu como se assim fosse. Afinal ela estava ali. Existia. Fisicamente. Quem não deu por isso nessa altura?

Pensamos nós. De fora. Que a mulher deu em possidónia. Passou-se. Disse o povo.

Sunday, April 12, 2009

Tás a ver?

O sol que sorriu? Estás a ver?
A companhia que fizemos. Um ao outro. Tudo o que passou. O que não mais virá. Estás a ver?
O passeio que podia ter dado. As pessoas que teria encontrado.
A mão que podia ter sido dada. Não foi. O tráfico de influências é condenável. Mesmo quando sabemos estar nas nossas mãos ajudar quem não tem mais nada. mais sítio onde ir. Mais olhos a quem implorar.
Estás a ver?
A miséria que te passa ao lado. Que sabes estar ali. Que não queres ver. Porque és muito sensível. Também será sensível? A miséria? À ignorância?
Desci as escadas. Olhei em volta. Como quem procura. O que sei nunca lá ter estado.
Olhei em volta. Na certeza de que o que desejamos esquecer acaba por desaparecer.

Gritei o que o fôlego me permitiu. Gritei. Porque sim.
Porque não era este sítio. Nesta hora. Neste momento. Desta forma. Que queria estar.
Estás a ver? A vida a correr. Já não passa. Simplesmente. Deixou-se disso.
Passou por mim. Por todos quantos estávamos aqui. Sem nos olhar. Sem querer saber o que pensaríamos.
Pasou como se de uma rajada de vento se tratasse. Passou.
Lembrei-me. De repente. Foi a rajada.
Se não quero estar aqui. Porque não vou embora?
Para um outro sítio? Um outro eu? O futuro que quero? Que é o meu?
Está a ver?
Atravessei o rio. A nado. Olhei nos olhos. Que se recusaram aceitar-me.
Do nada faz-se o tudo que somos nós. Poque não queremos desistir. Porque baixar os braços é morrer. Porque a vida pode não andar. Mas somos nós que não a acompanhamos.

Tás a ver ? A vida como ela é...

Wednesday, April 08, 2009

Dança

Tratas-me por Sr.ª Doutora. Eu trato-te por Sr. Doutor. Nesta dança de Doutores em que ninguém é doutor.
Eu não sou médica. Tu também não.
Continuemos pois. Nesta dança. De frivolidades.

Em que nos tratamos mutuamente pelo que queremos ser tratados.
Em que fazemos das aparências a realidade que queremos.
Dancemos pois.
Até outro dia. Sr. Doutor. Passe bem.

Tuesday, April 07, 2009

Intervalo

Não tinha nada que fazer. No intervalo.
Entre as mil coisas que tenho para fazer. As mil que não tenho vontade de fazer.
Não fiz nada. No intervalo. Quase me recusei a pensar. No intervalo. Que não teve lugar.

Procurei. Sem saber o quê. Nem onde. Não procurei nada.
Esqueci-me de mim. enquanto vi os outros.
Passei ao lado de tudo. Enquanto procurava. Sem procurar. No intervalo que não teve lugar.