O par da unidade

A unidade seria a perfeição. Quantas vezes a encontrámos já?

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Chega a ser triste, não sei o que dizer de mim senão isto: para mim sou uma coisa, para cada pessoa com quem falo sou outra diferente. Mas, não é que gosto disto?!

Friday, April 17, 2009

Da história

Chama-se Laura. Creio. Ou Luísa. Ou Helena. Não me lembro. A importância do nome nada diz da importância da pessoa.

Se não fosse o ar. Seria uma outra qualquer. Das que passam sem darmos conta. Das que falam sem ouvirmos. Arranjava-se com algum cuidado. Reparava-se depois. De ultrapassado o impacto do ar. Depois. De se ouvirem as palavras.

Laura / Luísa / Helena achava que era feliz. A certa altura. Entre os dias que passavam. Iguais entre si. Que não eram sábados. Descobriu. Apercebeu-se. Refectiu. Que era possível que assim não fosse. Querer sempre mais não era ela. Ela sabia o que queria. Isso bastava. Queria o que tinha. Passou a querer o que não tinha. Se o havia de ter? Ela não sabia. Mas queria-o.

Fez-se notada. Não gritou "Estou aqui." Agiu como se assim fosse. Afinal ela estava ali. Existia. Fisicamente. Quem não deu por isso nessa altura?

Pensamos nós. De fora. Que a mulher deu em possidónia. Passou-se. Disse o povo.

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