Terra
Há terra que nos amarra,
que nos obriga a querer. Ficar.
Há terra que nos obriga:
a não querer partir mais,
a enfrentar o mundo de peito aberto,
a fazer as coisas como deve ser.
Há terra que tem pedras.
Pedras como nós.
De todos os tamanhos. Feitios. Espessuras. Maleabilidade.
Há terra que nos lembra.
Que estamos sempre a adiar a vida.
Enquanto vivemos.
Não como queremos.
Como deve ser.
Sem mossa no que pensarão de nós.
Adiamos quem nós somos.
Ninguém quer saber.
Quem somos. Como somos.
Ou isto será apenas um auto-engano para simplesmente não nos darmos.
Há terra com pedras.
Que nos impele a sermos nós.
Que nos ignora. Porque nos conhece.
Porque está no mais fundo de nós.
E essa terra somos nós. Com as pedras.
Passaremos. E a terra continuará lá.
A chamar. Outro alguém.
Agora chama-me mim.
Como se não houvesse mais ninguém.
Há terra com pedras.
Que me afaga o cabelo.
Enquanto as minhas lágrimas caem.
Na terra com pedras.
Não é preciso dizer nada.
A angústia que me atravessa.
Não é preciso.
Eu sei que estou em casa.
E os pinheiros olham-me.
Com pena.
Pena que não possa estar sempre em casa.
Temem. Por mim. Comigo.
O vento que sopra. Revolve os pinheiros. Amansa a terra.
Sentimo-nos todos em paz.
Como entes queridos que se reencontram.
Sem nunca perder o sabor da intimidade.
Sem ter que disfarçar a dor com que a vida nos presenteou.
Amando cada traço.
Sem ter que justificar.
Há terra. Com pedras. E pinheiros.
Que é minha. Até que eu morra.
Será a minha casa depois disso.
Salgada com as minhas lágrimas.
Alimentada pelo amor irracional que lhe devoto.
que nos obriga a querer. Ficar.
Há terra que nos obriga:
a não querer partir mais,
a enfrentar o mundo de peito aberto,
a fazer as coisas como deve ser.
Há terra que tem pedras.
Pedras como nós.
De todos os tamanhos. Feitios. Espessuras. Maleabilidade.
Há terra que nos lembra.
Que estamos sempre a adiar a vida.
Enquanto vivemos.
Não como queremos.
Como deve ser.
Sem mossa no que pensarão de nós.
Adiamos quem nós somos.
Ninguém quer saber.
Quem somos. Como somos.
Ou isto será apenas um auto-engano para simplesmente não nos darmos.
Há terra com pedras.
Que nos impele a sermos nós.
Que nos ignora. Porque nos conhece.
Porque está no mais fundo de nós.
E essa terra somos nós. Com as pedras.
Passaremos. E a terra continuará lá.
A chamar. Outro alguém.
Agora chama-me mim.
Como se não houvesse mais ninguém.
Há terra com pedras.
Que me afaga o cabelo.
Enquanto as minhas lágrimas caem.
Na terra com pedras.
Não é preciso dizer nada.
A angústia que me atravessa.
Não é preciso.
Eu sei que estou em casa.
E os pinheiros olham-me.
Com pena.
Pena que não possa estar sempre em casa.
Temem. Por mim. Comigo.
O vento que sopra. Revolve os pinheiros. Amansa a terra.
Sentimo-nos todos em paz.
Como entes queridos que se reencontram.
Sem nunca perder o sabor da intimidade.
Sem ter que disfarçar a dor com que a vida nos presenteou.
Amando cada traço.
Sem ter que justificar.
Há terra. Com pedras. E pinheiros.
Que é minha. Até que eu morra.
Será a minha casa depois disso.
Salgada com as minhas lágrimas.
Alimentada pelo amor irracional que lhe devoto.
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