O par da unidade

A unidade seria a perfeição. Quantas vezes a encontrámos já?

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Chega a ser triste, não sei o que dizer de mim senão isto: para mim sou uma coisa, para cada pessoa com quem falo sou outra diferente. Mas, não é que gosto disto?!

Sunday, March 02, 2008

Tempo

Quando queremos. Temos muita. Mas mesmo muita vontade. Qualquer distância se faz com um sorriso.
Mas não sempre. Às vezes. esse um preço. Um dos. A pagar por se ser adulto. Os compromissos profissionais. Todos os pequenos afazeres do dia-a-dia. Chamam-nos a qualquer hora. Sem dó nem piedade.

Quantas vezes não fizemos já 100Kms para dar um beijo e um abraço. Num amigo. Em alguém de quem sentimos saudades?

O tempo passa. E as distâncias, que já nos pareceram irrisórias, vão aumentando.
As saudades tambem. Vão aumentando. Mas a vida não é mais a mesma.

O que faz o nosso coração às saudades. Àquelas que aumentam e nos magoam. Até quase nos deixarem sem respirar? Àquelas que o tempo vai ajudando a esquecer?

As saudades esquecidas. Quem não esquecemos. Mas de quem nos lembramos. De vez em quando. Sem dor. Nem mágoa.

Até ao dia de sol. Que nos aquece a alma e refresca a memória. E nos relembramos. Com o coração. Volta a saudade. A que dói.

Como se afasta algo que é tão perto? Como nos parece impossível a travessia para um abraço e um beijo?

Hoje. Está um dia de sol. Lindo. Quente.

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

O tempo e o espaço: duas categorias que, sendo puras abstracções,não deixam de marcar presença permanente nas nossas vidas, mesmo sendo nada são tudo porque são condição para nos pensarmos: somos hoje e aqui, fomos ontem ali, seremos além no futuro. e, no entanto, não chegamos a saber se vivemos passando pelo tempo ou quando o tempo passa por nós. Certo, porém, parece ser que vivemos quando cá dentro alguém convive connosco. Então sim, não há tempo nem espaço, não existe o quando nem o onde, apenas o estar com,o ser com, o sentir, o viver.
E temos o tempo da idade, o tempo feito vida que tudo relativiza e parece entrar em contratempo, falando em tempo na mesma medida em que ele parece faltar, desfiando rosários de lembranças filtradas pela nostalgia do longo passado, o desencanto do presente fugaz ou a ansiedade do futuro que se vai encurtando.. Mas isto não é saudade, é a esquizofrenia de se preferir negar a realidade de um fim anunciado e alimentar a ilusão de uma vida renascida. A saudade é dor com alegria, é um amargo doce, é como o amor que nos mata mas ao qual, mesmo assim, nos entregamos sem hesitar.
Há saudades sofridas e saudades doces, saudades que nos definham e saudades que traduzem o mais intenso e gostoso viver, saudades antecâmara para o fim ou impulso para a vida. Por mim, aceito o preço da dor pelo deleite da lembrança e da expectativa do reencontro.

12:04 AM  

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