O par da unidade

A unidade seria a perfeição. Quantas vezes a encontrámos já?

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Location: Por aí..., Aruba

Chega a ser triste, não sei o que dizer de mim senão isto: para mim sou uma coisa, para cada pessoa com quem falo sou outra diferente. Mas, não é que gosto disto?!

Monday, February 25, 2008

Será que temos mais liberdade por sermos nós?
Ou, será que há mais liberdade em nós?
Olhei para fora e senti o cheiro. Da natureza. Da vida. Abri os braços e soube. Que era livre.
Olhei para fora e a opressão não teve palavras para me contradizer.
Olhei-te nos olhos e soube. Que tudo em nós era assim.
Olhei-te nos olhos e a verdade foi dura. Como diamante.
Senti-me livre. Consciente.

Acordaste e não me encontraste. Odiaste a minha liberdade.
Respirei fundo a manhã para a qual saí. Que me entrou pela alma.
O nevoeiro que me acompanhou. Como se de um dia de sol se tratasse.
O nevoeiro que cheirava a ti. Por momentos pensei que tu estavas, ainda, em mim.
Não. O nevoeiro que me acompanhava, acompanhou-nos. E cheirava a ti.
Ao teu corpo. Enquanto amava.

Sabia já. Que ias odiar a minha liberdade.
Preciso de saber que sentes saudades minhas. Quando não me sentes.
Acordaste e eu não estava. Fechaste os olhos e sentiste-me.

Tomei o café. Que sabia ao teu corpo.

Acordei. Olhei-me ao espelho e não me vi. Vi apenas os teus olhos. Em mim.
Olhei-te. A dormir. E quis. Sentir saudades tuas quando não estás. Quis-te.
Sentir o teu corpo no meu. A tua alma na minha. As tuas mãos.

Saí. Para o nevoeiro que me esperava. Como se de um amante se tratasse.
Abri os braços e soube. Que o neveiro estava na minha alma.
Que o nevoeiro eras tu.

Tomei banho e senti saudades tuas.
Voltei para junto de ti. Dormias ainda.
Acordaste. A verdade, dos teus olhos, foi delicada.

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Que tumulto vai por aí!... Que espírito agitado entre a calmaria almejada e a tormenta vivida, sorvendo sofregamente fugazes momentos de doçura mas eternizando o sabor a fel, agarrando tenazmente qualquer tímido raio de sol escapado do céu, rapidamente anulado pelos deprimentes tons de chumbo e pela humidade da neblina a entrar na carne e a corroer os ossos. E quando o nevoeiro está cá dentro... E quando o que devia ser sol é núvem... E quando o doce e o amargo se confundem. E quando o sonho é tomado pelo real e o real vivido como sonho...e quando, e quando, e quando...que fazer?
Somos livres sendo nós. Mas seremos alguma vez apenas nós? Certamente não, umas vezes pelo comodismo de não querermos sê-lo, outras por impotência, e outras ainda porque nem chegamos a perceber quem somos, o que somos e o que queremos.
Como é bom olharmos o espelho sem sombras ou refracções e não termos a tentação de buscar na parte de trás a imagem que não encontramos de frente.
Por aqui me fico porque é forte a sensação de que tenho estado a disparar sem alvo na mira do tiro...

9:10 PM  
Anonymous Anonymous said...

Para se deslindar a fronteira entre o onírico e o real, há sempre recurso ao "beliscas-me tu ou belisco-te eu?".

7:44 PM  

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