Espero por ti
Espero por ti. Como sempre espero. Encontramo-nos aqui desde sempre. Nem sei porquê. “Vens ter comigo?” pergunto. “Vou” respondes. E é aqui. No meio de toda esta multidão. Como se não soubéssemos. Não déssemos conta dos olhares curiosos que nos lançam. Os outros. Aqueles que não são eu nem tu. Que não fazem parte de nós.
Enquanto espero. Por ti. Vou olhando. Os outros. Que nunca páram. Vão apressados. Porquê? Para onde? Em tempos também corria apressada. Ainda agora o faço. Para esperar por ti. Será que se apressam para um abraço?
Deste-me um beijo fugidio. É sempre assim. Quando falo do que não queres. Ouvir. Sentir. “Tenho que ir”. Não me olhaste. És o meu porto de abrigo. Sem âncoras. “Fica mais um pouco”. “Adeus”. Porque não dizer até já? Sempre adeus. Como se de uma despedida definitiva se tratasse. “Até já” respondo. Em tom de desafio. Nem assim me olhas.
Não sabem. Os outros. O que é o nosso amor. Desconfiam, talvez. Que eu não tenho fim e tu não tens princípio. Por isso nos olham. Incompreensão.
Espero por ti. Com a mesma ansiedade da primeira vez. Em que ainda não eras eu. E eu. Eu ainda não sabia o que era ser tu. Tua.
Parece que me foges. Entre os dedos. Neste desejo de sentir. Sentir sempre mais. “Dóis-me”. E eu não percebi. Dóis-me tu também. Sempre. Às vezes acordo de noite. Sei que estás a pensar em mim. Sinto as tuas unhas cravadas. Na minha alma. Para não haver fuga possível. Jamais. Como se houvesse esse desejo.
Vejo no meio da multidão. Procurando-me com o olhar. Espero por ti…
Enquanto espero. Por ti. Vou olhando. Os outros. Que nunca páram. Vão apressados. Porquê? Para onde? Em tempos também corria apressada. Ainda agora o faço. Para esperar por ti. Será que se apressam para um abraço?
Deste-me um beijo fugidio. É sempre assim. Quando falo do que não queres. Ouvir. Sentir. “Tenho que ir”. Não me olhaste. És o meu porto de abrigo. Sem âncoras. “Fica mais um pouco”. “Adeus”. Porque não dizer até já? Sempre adeus. Como se de uma despedida definitiva se tratasse. “Até já” respondo. Em tom de desafio. Nem assim me olhas.
Não sabem. Os outros. O que é o nosso amor. Desconfiam, talvez. Que eu não tenho fim e tu não tens princípio. Por isso nos olham. Incompreensão.
Espero por ti. Com a mesma ansiedade da primeira vez. Em que ainda não eras eu. E eu. Eu ainda não sabia o que era ser tu. Tua.
Parece que me foges. Entre os dedos. Neste desejo de sentir. Sentir sempre mais. “Dóis-me”. E eu não percebi. Dóis-me tu também. Sempre. Às vezes acordo de noite. Sei que estás a pensar em mim. Sinto as tuas unhas cravadas. Na minha alma. Para não haver fuga possível. Jamais. Como se houvesse esse desejo.
Vejo no meio da multidão. Procurando-me com o olhar. Espero por ti…
1 Comments:
Passeei pelo blog e parei aqui. Porquê? para tentar descobrir as razões do único posted discriminado a não merecer comentários de ninguém. E já lá vai meio ano... Ao usual aglomerado de mirones que se vão amontoando, cada um imitando o anterior, quis contrapor uma paragem em "praça vazia" para avaliar as razões de tal indiferença. E assim me pus a discorrer, tentando dissecar o produto e o produtor.
O título é estimulante, mesmo provocador. Logo, alguém é cego ou burro. Por onde anda esse distraído ou...parvalhão? Dá Deus as nozes...
Mas porque esperas? E o que queres? São coincidentes o que esperas e o que queres? Muitas vezes espera-se mas não se quer e quer-se o que não se espera. Espera-se por se acreditar ou porque se desespera? Se se acredita não se percebem os olhares "gulosos"; se se desespera, cada olhar será um libelo acusatório.
E foi nesta ambiência, neste discorrer melancólico do pensamento, que
fitei teus olhos de cristalina candura os quais reflectiram meu êxtase divino. O teu corpo percorri na sofreguidão da descoberta. Demos as mãos com alma de namorados. Enleámo-nos em intermináveis abraços. Acariciei teus cabelos molhados para os soltar ao vento. Mordisquei teus lábios como se fossem romãs.Beijei teus seios túrgidos de desejo. Colhi-te, pétala por pétala. Bebi do santo graal até à última gota. Mergulhámos em atmosferas de paixão ardente. Corremos, caímos, rebolámos. Rimos e chorámos, rasgámos caminhos de futuro. Juntos olhámos o céu, juntos sonhámos.
E o dia chegou. Uma vez mais a noite trouxera o sono, uma vez mais o sonho abrira as portas do paraíso. Foi uma eternidade de prazer vivido numm instante de sono, um sopro de vida fecunda, antecâmara da desilusão, o tudo reduzido ao nada de um cruel despertar.
E assim, sem querer, respondi ao convite, no local de sempre te encontrei, aqui mesmo, perante todos os olhares, sem receios, sem pudores, sem censuras...E assim, em delírio, tomei o lugar do "desejado" e me deixei possuir pela sensação de um "nós" onde, por isso, não há mais lugar a despedidas..., nem esperas!...
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