O par da unidade

A unidade seria a perfeição. Quantas vezes a encontrámos já?

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Chega a ser triste, não sei o que dizer de mim senão isto: para mim sou uma coisa, para cada pessoa com quem falo sou outra diferente. Mas, não é que gosto disto?!

Thursday, April 20, 2006

Crianças




Uma criança é uma coisa. Uma criança que é do nosso sangue e da nossa carne é completamente diferente. A nossa dá-nos, algumas vezes (poucas), vontade de ir para o Chad, ou Chade na versão portuguesa. quanto mais não seja para dormir uma noite sem interrupções.
Como é possível que uma coisa tão pequenina nos encha tanto o coração? Nos ilumine o dia só por sorrir? Nos faça ficar tristes por um beicinho?
De que serviria ir para o Chad? Seria possível alguma vez esquecer os olhinhos brilhantes? A alegria do banho ou até a carinha satisfeita de quem tem cócegas?

Uma criança pode fazer-nos esquecer que é uma criança. Levar-nos a ter outros sentimentos. De dar uma palmada. De gritar e gritar. De chorar. Que mãe, que madrasta e que pai, deixam uma criança chegar a este ponto? Que maus tratos deixam uma criança sempre a olhar para o infinito ou a partir tudo? A mentir, a chorar, a ameaçar, a bater? Que nos obriga a ser severos quando tinha bastado amor...
O amor a que todas - as crianças - têm direito desde o momento que nascem.
E olho-te R, agarro-te, ralho contigo. Mentes, insultas e bates-me. Sabes do que me lembro nesses momentos? Que és apenas uma criança... Que foste já o bébé indefeso que é agora a menina dos meus olhos... Que, antes sequer de andares, te abandonavam sozinho em casa. Que a tua mãe se foi embora. Que te partiam colheres de pau no corpo e agora entras em pânico quando vês uma. Que sempre te trataram com violência. De tal maneira que chegaste a ir ao hospital.
E olho-te R, agarro-te e ralho contigo. O que foi preciso fazer-te para ficares assim? Para estares condenado a um não futuro? Não deixes levarem-te a vida. E os sonhos. Mas, R... és só uma criança. Que nos marca o corpo com violência e, ás vezes, nos enche o coração de vontade de te dar umas palmadas.
R... sonhas? Com que sonhas? Será que percebes sequer que estava errado o que te fizeram? Porque continuas a chamar por quem te magou tanto? R... és só uma criança... Deve ser tão triste e dar um vazio tão grande, sermos tão pequeninos e não termos quem nos proteja. Quem devia ou nos agride ou não quer saber...
Talvez uma criança que não é um filho nosso não seja assim tão diferente... Sinto estar dor imensa por ti R., como se fosses meu. É pena que o que sinta não seja o coração cheio por um sorriso...

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